Há no mundo cristão uma assombrosa, alarmante indiferença
aos ensinamentos da Palavra de Deus a respeito do casamento de cristãos com
descrentes. Muitos que professam amar e temer a Deus, preferem seguir a
inclinação de seu próprio pensamento, em vez de tomar conselho da Infinita
Sabedoria. Em assunto que concerne vitalmente à felicidade e bem-estar de ambas
as partes, para este mundo e o próximo, são postos de lado a razão, o
discernimento e o temor de Deus, e permite-se que o cego impulso, a obstinada determinação
tomem o controle.
Homens e mulheres em outros aspectos sensatos e
conscienciosos, fecham os ouvidos a conselhos; são surdos aos apelos e rogos de
amigos e parentes e dos servos de Deus. A expressão de cautela ou advertência é
considerada impertinente intrometimento, e o amigo que é bastante fiel para
proferir uma advertência é tratado como inimigo. Tudo isto é tal qual Satanás o
quer. Ele tece seu encanto em volta da alma, e esta se torna enfeitiçada,
apaixonada. A razão deixa cair as rédeas do domínio próprio sobre o colo da
concupiscência; domina a paixão profana até que, demasiado tarde, a vítima
desperta para uma vida de miséria e escravidão. Não é este um quadro pintado
pela imaginação, mas apresentação de fatos. Não é dada a aprovação de Deus a
uniões que Ele proibiu expressamente.